top of page

FORA DOS MUROS

Muita gente não sabe que o Alphaville de Barueri e Santana de Parnaíba é um bairro completo, não só composto pelos condomínios residenciais fechados mas também por uma grande àrea industrial e comercial.

fora dos muros
historico

O QUE É alphaville e POR QUÊ alphaville é onde é?

Alphaville - Habitando uma Marca

 

Hoje em dia, Alphaville é o nome do maior produto da empresa urbanizadora Alphaville Urbanismo S/A. A loteadora possui este produto principal, que consiste em condomínios residenciais horizontais com lotes a partir de 450m2, e outro produto mais recente, chamado Terras Alphaville, composto por condomínios residenciais horizontais com lotes um pouco menores, a partir de 300m2. O modelo-alphaville de cidade, ou seja, uma lógica urbana norteada por condomínios fechados de lotes unifamiliares, teve início em São Paulo como uma proposta de bairro suburbano próximo à capital e depois se espalhou pelas outras capitais do Brasil. Hoje, já são mais de 116 condomínios pelo país e dois empreendimentos em Portugal. Nestes empreendimentos europeus, as glebas residenciais não são muradas.

-

Em 1973, o primeiro bairro Alphaville, comum às cidades de Barueri e Santana de Parnaíba - localizadas no subúrbio de São Paulo, próximas à zona oeste - foi o primeiro dos alphavilles do país, planejado e executado pela antiga construtora Albuquerque & Takaoka, dos engenheiros e então sócios Renato Albuquerque e Yojiro Takaoka. Primeiramente, o empreendimento imobiliário instalou-se na área correspondente aos 500 hectares da antiga Fazenda Tamboré, pertencentes à família Penteado. É importante ressaltar que, antes mesmo de ser tal fazenda, a área correspondeu à aldeamentos indígenas extintos em 1850 pelo Governo

Imperial.

 

Foi essa terra de várias camadas históricas que pareceu de maior interesse aos seus compradores para ser urbanizada. Como é um terreno muito próximo à São Paulo, pôde configurar-se como uma alternativa à instalação das indústrias não-poluentes visadas pelo empreendimento, uma vez que os impostos da área de Barueri eram bem mais baratos do que

os cobrados pela capital vizinha. Porém, antes da instalação de indústrias, o desejo primordial dos incorporadores era um bairro exclusivamente residencial e voltado para a elite paulistana que desejaria habitar uma terra longe da metrópole caótica. Contudo, ao negociar a terra com o prefeito de Barueri na época, o mesmo vetou a exclusividade residencial do novo bairro exigiu que o bairro deveria incluir uma área industrial.

 

​

‘- Casas? Nem pensar. Não me venha com projeto de residência, que eu não aprovo. Barueri é uma cidade-dormitório, precisamos de empresas e escritórios para que a população possa trabalhar por aqui.’

(ALPHAVILLE, 2014, p. 22).

​

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, em 11 de outubro de 2015, Renato Albuquerque reiterou o diálogo:

‘ Para nossa surpresa, o prefeito de Barueri, que tinha o apelido de Perereca [Guilherme Perereca Guglielmo, prefeito entre 1973 e 1976], teve uma reação completamente inesperada por nós. Ele disse: “Eu não quero mais \ gente morando em Barueri, eu quero fábrica, eu quero indústria, não quero que Barueri seja cidade-dormitório. Eu preciso criar o equilíbrio na cidade. Naquele dia, caiu a nossa ficha. ’ (MARQUES, 2015).

 

(Fonte: Alphaville e a (des)construção da cidade no Brasil. Da Silva, Carolina Pescatori Candido. Brasília, agosto de 2016. O excerto foi retirado do livro Alphaville 40 Anos.)

​

​

Os construtores de Alphaville já eram especializados na construção de áreas residenciais - como, por exemplo, um dos primeiros condomínios de edifícios residenciais de São Paulo, chamado “Ilhas do Sul”, na zona oeste de São Paulo -, e não desistiriam do plano da incorporação em condomínios residenciais. Mas, antes de serem construídos os loteamentos residenciais planejados e murados de alto padrão, protagonistas de Alphaville, a primeira gleba implantada do empreendimento foi exclusivamente industrial. O chamado Alphaville Industrial foi implantado em uma terra mais próxima à estrada para facilitar o ir e vir dos empresários a partir de São Paulo, que continuariam inseridos na metrópole, assim como para cumprir o acordo feito com o prefeito de Barueri, de proporcionar emprego às populações das cidades próximas.

 

​

​

 

​

A primeira empresa a se instalar na região foi a Hewlett Packard (mais conhecida como HP) que, segundo o histórico presente no site da empresa Alphaville Urbanismo S/A, em negociação com os empreendedores do bairro, a HP teve atendida a necessidade de alojar seus empresários de maior escalão para trabalharem e morarem em Alphaville. Foram

construídos assim os primeiros condomínios residenciais horizontais, com projetos inspirados nos bairros-jardim suburbanos de Palo Alto, no Vale do Silício, onde moravam os empresários da sede da empresa HP nos Estados Unidos.

​

O Alphaville Industrial foi, no fim das contas, um ótimo negócio para seus investidores, que apostaram nos baixos impostos e incentivo às indústrias que Barueri proporcionava e também na infraestrutura já existente perto do terreno, a rodovia Castello Branco. Após a HP, muitas outras marcas como Sadia e Du Pont se mudaram para Alphaville. A demanda por moradia de alto padrão no bairro se expandiu rapidamente, não só a partir de empresários, mas também pela população em geral que enxergou no bairro um estilo de vida compatível com seus desejos. Hoje, Alphaville tem mais de trinta condomínios residenciais horizontais fechados construídos em seu território e mais uma porção de torres residenciais, completando uma população de 80 mil habitantes residentes. Mas não só de índios, invasores, fazendeiros, loteadores e industriais são feitas as camadas históricas e sociológicas dos motivos pelos quais o primeiro Alphaville foi implantado nas cidades suburbanas vizinhas ao extremo oeste da metrópole São Paulo. Além de ter sido uma terra mais barata e servida de infraestrutura rodoviária, ideal para investimentos, se analisada historicamente, é possível concluir que o fato de Alphaville estar perto justamente da Zona Oeste de São Paulo de fato pode fazer sentido. Será a partir desta análise que se buscará entender o sentido sócio espacial da implantação do Alphaville em São Paulo.

​

Segundo o arquiteto e urbanista Flávio Villaça, em seu livro O espaço intra-urbano no Brasil, os caminhos percorridos pela elite de São Paulo influenciaram a definição de parte da estruturação territorial da cidade nos dias atuais. A análise de Villaça demonstra que as elites de São Paulo se deslocaram pelo território da cidade ao longo dos anos seguindo justamente o vetor sudoeste: primeiramente, subindo do Centro para Higienópolis, depois, para a Avenida Paulista e, mais tarde ainda - com a companhia inglesa City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited, mais conhecida como Cia. City -, finalmente chegaram na Zona Oeste da cidade, desde o Jardim América até Alto da Lapa, Boaçava e Butantã, além de várias outras glebas urbanizadas pela mesma empresa.

 

Outra característica interessante de todos esses bairros ocupados pelas classes de alta renda paulistanas é a história das suas leis. Segundo Raquel Rolnik, em seu livro A cidade e a Lei,

foi em 1879, quando o bairro Campos Elíseos teve aprovado e implantado seu projeto de largas alamedas arborizadas e grandes lotes unifamiliares com recuos aos vizinhos, que nasceu o modelo de bairro aristocrático de São Paulo: um bairro exclusivamente residencial e de alta renda. Foi este também o modelo replicado em Higienópolis, quando ali se instalaram as chácaras das famílias paulistanas tradicionais, assim como foi posteriormente o modelo aplicado na área dos antigos casarões da Paulista e, mais recentemente, nos empreendimentos da companhia City nos bairros-jardim da zona Oeste.

 

Todos estes bairros mencionados anteriormente representam não só regiões de moradia de alta renda, mas também uma centralidade de elite. Sendo assim, estes são territórios que reúnem valores imobiliários mais altos, uma região comercial mais refinada e que recebe mais

investimentos públicos do que o restante do território paulistano. A segregação urbana é, portanto, um fenômeno que acompanha o caminho das elites. Segundo Rolnik, são as leis que circundam a cidade que sempre garantiram – pelos muros invisíveis que elas criam - os espaços designados a cada extrato social: as camadas de alta renda habitam os territórios destinados a serem exclusivamente ricos, concentram-se nas regiões centrais e não se espalham pelo território; e nas terras longínquas ao centro, fora da cidade, periféricas, habitam em grande densidade as camadas populares. Mas, segundo Villaça, nem sempre foi assim.

A Geografia da Segregação - Considerações Notáveis

​

​

A segregação social teve pelo menos três formas diferentes de expressão no espaço urbano de São Paulo. A primeira forma desse mecanismo de exclusão social estendeu-se do final do século XIX até os anos 1940, quando a vida social da cidade de São Paulo se configurava em um espaço urbano bastante concentrado e heterogêneo na região central, onde as classes sociais viviam próximas e as diferenças sociais se evidenciavam a partir das tipologias de moradia. Esta concentração se dava principalmente a partir do traçado da São Paulo Railway, linha de trem instalada ao longo do rio Tamanduateí em 1867. Esta foi a primeira barreira de transposição na cidade, que concentrou as classes altas a oeste da linha, nas terras centrais já consolidadas e cada vez mais ao alto e mais a oeste, atravessando o Anhangabaú pelo Viaduto do Chá, chegando à Higienópolis e mais tarde ao espigão central. As terras à leste da barreira formada pela linha do trem ficaram em desvantagem ao acesso ao centro e, além disso, também estavam na área de várzea do rio, fatores que baratearam tais terras as tornaram propícias mais tarde a servir como um vasto território de ocupação das camadas populares.

 

A partir dos anos 40, São Paulo se encontra em um crescimento industrial cada vez mais pujante e foi durante o desenvolvimento da cidade dos anos 40 até os anos 80 que se concretizou a segunda forma urbana segregacionista: a atual dinâmica centro-periferia. Nessa época, os diferentes grupos sociais passaram a ocupar São Paulo separados por grandes distâncias: as classes média e alta concentraram-se nos bairros centrais com boa infraestrutura e, portanto, maiores investimentos públicos. Por sua vez, a cada vez mais vasta população de cidadãos pobres, na maior parte migrantes nordestinos que vieram em busca de emprego na área da construção civil, passou a viver nas precárias e distantes periferias.

 

Finalmente, desde os anos 80 - quando São Paulo consolidou consideravelmente sua escala de cidade e sua região metropolitana, sobrepostas ao padrão centro-periferia -, as transformações recentes da cidade estão gerando espaços nos quais os diferentes grupos sociais muitas vezes se aproximam, mas ainda estão sempre separados por mecanismos excludentes e de defesa, como muros e tecnologias de segurança. Mesmo próximas, é evidente que a população de alta renda e as classes populares tendem a não circular ou interagir em áreas comuns, a não ser pela relação de serventia, momento em que a herança escravocrata do Brasil é muito refletida e evidenciada.

​

Os condomínios fechados são a versão residencial de uma categoria mais ampla de novos empreendimentos urbanos que chamo de enclaves fortificados. Eles estão mudando consideravelmente a maneira como as pessoas das classeas média e alta vivem, consomem, trabalham e gastam seu tempo de lazer. Eles estão mudando o panorama da cidade, seu padrão de segregação espacial e o caráter do espaço público e das interações públicas entre as classes. Os enclaves fortificados incluem conjuntos de escritórios, shopping centers, e cada vez mais outros espaços que têm sido adaptados para se conformarem a esse modelo, como escolas, hospitais, centros de lazer e parques temáticos. Todos os tipo de enclaves fortificados, partilham algumas características básicas. São propriedade privada para uso coletivo e enfatizam o valor do que é privado e restrito ao mesmo tempo que desvalorizam o que é público e aberto na cidade.

 

São físicamente demarcados e isolados por muros, grades, espaços vazios e detalhes arquitetônicos. São voltados não em direção à rua, cuja vida pública rejeitam explicitamente. São controlados por guardas armados e sistemas de segurança, que impõem as regras de inclusão e exclusão. São flexíveis: devido ao seu tamanho, às novas tecnologias de comunicação, organização do trabalho e ao sistemas de segurança, eles são espaços autônomos, independentes do seu entorno, que podem ser situados praticamente em qualquer lugar. Em outras palavras, em contraste com formas anteriores de empreendimentos comerciais e residenciais, eles pertencem não ao seus arredores imediatos, mas a redes invisíveis (Cenzatti e Crawford 1998). Em consequência, embora tendam a ser espaços para as classes altas, podem ser situados em áreas rurais ou na periferia, ao lado de favelas ou casas autoconstruídas. Finalmente, os enclaves tendem a ser ambientes socialmente homogêneos. Aqueles que escolhem habitar esses espaços valorizam viver entre pessoas seletas (ou seja, do mesmo grupo social) e longe das interações indesejadas, movimento, heterogeneidade, perigo e imprevisibilidade das ruas. Os enclaves privados e fortificados cultivam um relacionamento de negação e ruptura com o resto da cidade e com o que pode ser chamado de um estilo moderno de espaço público aberto à livre circulação. Eles estão transformando a natureza do espaço público e a qualidade das interações públicas na cidade, que estão se tornando cada vez mais marcadas pela suspeita e restrição.”

 

(CALDEIRA, Tereza.

Cidade de Muros - crime,

segregação e cidadania.

p. 259)

​

​

​

É neste modelo mais recente de segregação social e espacial que se encaixa o modelo-alphaville de urbanização. Morar em um condomínio residencial fechado confere uma

hierarquia social e, portanto, status. Segundo a leitura do psicanalista Christian Dunker, o

condomínio brasileiro é datado, surgiu nos anos 70, e, portanto, é provável que esteja subjetivamente relacionado com estado de ditadura no Brasil, que deixou seus rastros mal

digeridos e ainda é presente na esfera do cidadão brasileiro, por exemplo com a permanência até hoje da polícia militar.

Dunker analisa que durante o período ditatorial, a população brasileira teve sua liberdade tolhida e foi silenciada e, sendo assim, para parte dela, o projeto de condomínios fechados surge como um novo sonho de consumo que promete realizar finalmente um Brasil com ‘caráter bem feito’, um projeto de ‘desenvolvimento’ e ‘civilidade’ onde se pode alcançar

novamente o estado de liberdade.

Porém, este sonho só é alcançável apenas para os poucos que o podem consumir. Estes, pagam para morarem dentro dos muros esterilizados do “Brasil que deu certo”, enquanto seus vizinhos de fora do muro continuam sem a assistência que deveriam receber para uma vida com qualidade.

 

(DUNKER, Christian. Trecho

da fala do programa Café

Filosófico na TV Cultura,

episódio intitulado

“Mal-estar, sofrimento

e sintoma”)

Nos anos 70, Albuquerque & Takaoka apostaram na valorização imobiliária de uma área afastada de São Paulo, mas ainda perto o suficiente para fazer negócios, e uma hora esta incorporação realmente deu certo mercadológica e financeiramente. Alphaville conferiu status à sua localidade e estilo de vida, muito propagandeado pelo mercado imobiliário, assim como influenciado pelo ideal norte-americano de se viver, referência para os brasileiros e pelo sonho da casa própria. A localização de Alphaville acabou, portanto, por inverter a antiga lógica centro rico – periferia pobre, trazendo um novo elemento para o sonho de consumo do brasileiro: a casa no condomínio suburbano.

 

 

Mesmo produto, novas abordagens

​

​

É possível observar que a marca Alphaville mudou consideravelmente ao longo dos anos. A sociedade entre Albuquerque e Takaoka se desfez e os sócios traçaram caminhos diferentes. Apesar do busto de Yoshiro Takaoka simbolizar a construção do primeiro empreendimento Alphaville na praça de entrada do bairro, foi Renato Albuquerque que fundou a Alphaville Urbanismo S/A com o novo sócio, o incorporador Nuno Lopes Alves, em 1995. A nova sociedade pretendia expandir o conceito alphaville para além de São Paulo e assim o fez, começando a expansão pela implantação do Alphaville Campinas, em 1997.

Hoje, os sócios fundadores da Alphaville Urbanismo S/A venderam 30% da empresa à Gafisa S.A., uma das maiores incorporadoras e construtoras do Brasil, e 70% aos grupos de investimentos Blackstone e Pátria Investimento. A partir de tais aquisições, a Alphaville Urbanismo pôde expandir mais ainda seu conceito pelo Brasil afora e inclusive fazer duas incorporações em Portugal, atingindo, segundo dados fornecidos pela empresa, um total de 60 milhões de metros quadrados de terra urbanizados e mais de 60 empreendimentos lançados.

Contudo, desde o primeiro Alphaville, parte dos conceitos projetuais e das ações de marketing da empresa ganharam uma abordagem diferente da inicial. Os empreendimentos Alphaville mais recentes trabalham no sentido de um discurso ambiental, onde o termo “sustentável” é a chave do negócio.

Além da abordagem de discurso totalmente verde na parte urbana do projeto, a empresa também criou, nos anos 2000, a Fundação Alphaville, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCP), para gerenciar seu investimento social atuando nas áreas de influência de seus empreendimentos. A Fundação Alphaville realiza projetos de qualificação profissional e práticas socioambientais com as comunidades do entorno das áreas de implantação dos Alphavilles e Terras Alphaville.

Fotos retiradas do livro  Alphaville 40 anos

Material produzido por:  Camille Zckmyr

Condomínios residenciais fechados, nos moldes de Alphaville, são modelos urbanísticos planejados que dependem (e podem, inclusive, acarretar a formação) de comunidades de baixa renda para atuar como mão de obra para seu alto padrão de vida. Através de uma imagem de satélite, fica evidente a distinção entre densidades dessas duas formações urbanas. Considerando os vazios urbanos residuais de condomínios fechados e o adensamento excessivo de comunidades de baixa renda, não seria a ocupação dessas áreas residuais por essa população, uma alternativa possível para um melhor aproveitamento do território?

como está alpha hoje

Como está Alphaville hoje?

Alphaville é um bairro setorizado, cada elemento de seu funcionamento, as indústrias, as empresas, centros comerciais e os condomínios residenciais horizontais fechados, recebem sua própria gleba específica. No início do território do bairro, mais perto da estrada, está o Alphaville Industrial; ao redor da avenida da principal entrada do bairro, está o Alphaville Empresarial e o primeiro Centro Comercial Alphaville - que é cercado e tem suas próprias portarias de acesso; assim como toda residência está ou em condomínios verticais em edifícios residenciais ou finalmente nos mais de trinta condomínios residenciais horizontais fechados que tomam a maior parte do território de Alphaville.

análise

Análise das vias 

Originalmente, as parkways eram vias que conduziam a parques e outros destinos recreativos. Park (parque) + way (via) significa literalmente "via para o parque" ou "via do parque". Seu visual é cênico, com paisagismo que indica a transição entre cidade e a natureza. A partir do século XX, com a ascensão da cultura do automóvel, essas vias começaram a ser valorizadas como passeios cênicos para serem vistos através das janelas do carro, sem necessariamente levar a um destino recreativo.

​

Em Alphaville, muitas vias internas dos condomínios e externas da cidade podem ser classificadas como parkways: têm projetos paisagísticos suntuosos, com palmeiras imperiais, árvores grandes e canteiros com flores e arbustos podados. A questão é que esse paisagismo engana: cria um ambiente agradável, que evoca a ideia de parque, mas que só pode ser usufruído visualmente, através das janelas dos carros. É difícil (ou quase impossível) andar a pé por essas vias, devido ao tráfego intenso e às dimensões reduzidas dos caminhos para pedestres - quando esses existem.

Material produzido por Estúdio MINA com base em capturas de tela do Street View

bottom of page